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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Mentira


Em algumas ocasiões parece haver certa vontade social de envolver a psiquiatria na questão da mentira, notadamente quando alguma pessoa mente descaradamente, ou imotivadamente, compulsivamente e, principalmente, quando sua atitude mentirosa causa frustrações ou aborrecimentos em outros que não “merecem” tais mentiras. “– Doutor, além de tudo, essa pessoa mente descaradamente...”, costumam se queixar os familiares que acompanham essas pessoas mentirosas ao psiquiatra.

Mas a psiquiatria não se baseia na análise isolada das atitudes. Para a psiquiatria importa o conjunto da situação existencial na qual se insere a pessoa, interessa sim os sentimentos, pensamentos e propósitos que acompanham suas atitudes. Dessa forma, por si só, a mentira não é suficiente para pensar em diagnósticos.

Pesquisas mostram que todos mentem de uma forma ou outra e, assim sendo, a dificuldade da psiquiatria está em descobrir qual é a mentira patológica e qual é a mentira, por assim dizer, fisiológica.

Veremos ainda que existe a mentira institucional, aquela dos políticos, dos programas de governo, de instituições. São mentiras já mais ou menos aguardadas e socialmente sabidas como mentiras e mesmo assim com peso de verdade. “– Nosso programa de desenvolvimento ecológico pretende, até o final do ano, controlar totalmente as queimadas...” “– Senhores passageiros, a aeronave deve voltar ao aeroporto de partida por um pequeno problema na ventilação, estamos circulando o aeroporto para esgotar todo combustível antes do pouso” “– Toda corrupção será apurada...”

Pelas curiosidades em torno desse tema, talvez seja importante estudarmos um pouco a mentira em si, como fenômeno de falseamento da verdade, de oposição à veracidade, como mecanismo de conveniência e convivência social, de estratégia de sucesso, como planejamento político, enfim, como habilidades de sobrevivência do ser humano (e parece não ser monopólio do ser humano).

A Mentira
A mentira não deve ser entendida como uma espécie de contrário da verdade. Ética e moralmente a mentira está muito mais relacionada à intenção de enganar do que ao teor de deturpação da verdade e, juridicamente, a mentira está relacionada ao dolo ou prejuízo que causa a outra pessoa.

A mentira não é apenas invenção deliberada, uma ficção, pois nem toda ficção ou fábula é sinônimo de mentira. Não pode ser mentira a literatura, a arte ou mesmo a demência (sintoma da confabulação). A intencionalidade é que define a mentira, estabelece o dano ou dolo.

Assim sendo, não mente quem acredita naquilo que diz, mesmo que isto seja falso. Santo Agostinho declara que “Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso”.

Considerarmos todas as formas de mentira, desde a mentira convencional de dizer Bom Dia às pessoas sem que, necessariamente, ansiamos para que ela tenha realmente um bom dia, passando pela mentira humanitária de consolar o moribundo, pela mentira carinhosa de achar que aquele vestido ficou muito bem na pessoa amada, o Papai Noel, ou a mentira por omissão, seja ela médica, política ou policial, enfim, todas essas maneiras de dissimular a verdade, entendemos melhor as pesquisas que mostram a mentira presente em todas as pessoas.

Mas, é o propósito com que falamos alguma coisa que definirá a mentira. Mentir seria dirigir a outro um enunciado falso, cujo mentiroso sabe conscientemente dessa falsidade, e o faz com objetivo de enganar, de levar esse outro a crer naquilo que é dito, dando a entender que diz a verdade.

Como dissemos, para mentir o que conta é a intenção e, voltando a Santo Agostinho, “não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar”. É a intenção que define se o que foi dito, verdadeiro ou falso, teve ou não o propósito de enganar. Aliás, excluindo-se o aspecto intencional de enganar que caracteriza a mentira, é mesmo muito difícil argüir se uma verdade é mais ou menos verdadeira, de forma a aceitarmos com facilidade a expressão “a verdade de cada um”. Isso é bem comentado quando estudamos as maneiras pessoais de representar a realidade, quando vimos o termo procepção.

Muitas vezes levadas pela insegurança de ser aceitas tal como são, as pessoas podem cair na tentação de enriquecer suas histórias e enaltecer suas habilidades de forma a causar uma impressão mais favorável em outras pessoas.

É assim, por exemplo, que um ladrão atribui-se mais roubos do que realmente tenha cometido para melhorar sua imagem diante dos companheiros de cadeia, ou o jovem que se vangloria de proezas sexuais muito além do que tenha feito, superando a insegurança de sentir-se pouco viril, ou a mãe que aumenta um pouco o desempenho escolar de seu filho, compensando assim o sentimento de inferioridade diante de outras mães satisfeitas com o rendimento dos filhos delas...

Além de atender diretamente as aspirações próprias, a mentira satisfaz também interesses de maneira indireta. É o caso, por exemplo, dos falsos rumores que diminuem, comprometem, execram pessoas que, de uma forma ou outra, nos ameaçam (às vezes ameaçam apenas nosso bem estar emocional). Mentir é um recurso fácil de se recorrer, sem necessidade de se passar por esforços ou penúrias, ainda que haja o permanente risco de ser descoberto.

O Mentiroso
Aprendemos desde cedo as vantagens da mentira. Ainda crianças aprendemos a dizer que a mãe não está em casa, quando ela quer evitar atender ao telefone. Cedo aprendemos os benefícios de um atestado médico forjado para comodidade de poder faltar às aulas de ginástica, e assim por diante. Ah! Não esquecendo das mentiras a que se obrigam os netos, quando os avós perguntam de quais avós gostam mais...

Mas o mentiroso também passa por dificuldades, e quanto mais cai na tentação de mentir, tanto mais difícil vai ficado controlar a abundante base de dados das versões de suas mentiras, mais difícil vai ficando garantir a coerência de suas estórias, mais necessidade de novas mentiras para encobrir as antigas.... a farsa cresce em progressão geométrica.

Não é possível para a psiquiatria estabelecer o estereótipo do mentiroso; cada caso é um caso. A maioria das pessoas se encaixa nos mentirosos fisiológicos, e a mais fisiológica das mentiras são os falsos elogios – “ora, você está sempre igual, parece não envelhecer...”. Esses mentirosos fisiológicos se servem das mentiras também para a elaboração das mais esfarrapadas desculpas – “não pude comparecer ao enterro porque uma tia minha teve que ser internada...” E o interessante é que o outro, igualmente mentiroso fisiológico, também mente, fingindo acreditar.

Diante dessa freqüência fisiologicamente humana há, naturalmente, uma tendência em banalizar a mentira, ou inocentemente classificar nossa mentirazinha cotidiana como sendo do tipo positiva, aquela que além de não prejudicar pode até ajudar pessoas (...o senhor me parece mais saudável hoje do que ontem... conheci seu filho, um jovem magnífico...), ou mentira negativa, aquela que prejudica.

Enfim, a mentira fisiológica pode até facilitar a integração social, e de tal forma que as pessoas com inata dificuldade para essas mentirinhas corriqueiras são tidas como ingênuas, socialmente pouco habilidosas, falta-lhes jeito ou, como se diz espertamente, não têm “jogo de cintura”.

Uma das razões interiores mais comuns para mentir é a insegurança ou baixa auto-estima. Como dissemos, a mentira passa ao outro uma imagem de nós próprios muito melhor do que de fato acreditamos ser. Mente-se também por razões externas, de acordo com as pressões para sucesso na vida em sociedade, por razões políticas ou até econômicas, quando o prejudicado for o fisco.

Finalmente há mentiras por razões patológicas, desde aquelas determinadas por uma personalidade problemática, até as outras, produzidas por neuroses francamente histriônicas, como é a Síndrome de Münchhausen e de Ganser.

Mentirosos contumazes, de dinâmica psíquica rica em conflitos e complexos, que representam personagens tal como fazem os atores, e refletem aquilo que gostariam de ser. Ao perderem o controle sobre o impulso de mentir o personagem criado suplanta o ego e a personalidade toda é tomada por um falso e inaltêntico ego.

Menosprezando a Realidade
Obviamente, nem todas as vezes que a realidade é falseada, distorcida, recriada ou substituída se constituirá uma mentira. Na Demência, por exemplo, a cognição é de tal forma comprometida que a pessoa relata aos outros um mundo profundamente modificado e no qual acredita, sem a intenção de ludibriar. O mesmo acontece no Delírio, seja do psicótico esquizofrênico, do delirante crônico ou do deprimido grave com sintomas psicóticos.

Aliás, desde crianças aprendemos a abstrair a realidade através dos devaneios, fantasias, fábulas. A própria literatura pode nos conduzir a um mundo apaixonante “de mentirinha”.

E como a concepção da mentira se embasa na intencionalidade, esta pode ser singela e acanhada, como é o caso de uma mentira tosca e pueril da pessoa que namora mas afirma o contrário, com o propósito de facilitar uma conquista amorosa, até uma mentira de proporções inimagináveis, como por exemplo, o falso relatório sobre a existência de um arsenal de armas de destruição em massa no Iraque, como justificativa para uma guerra igualmente de destruição em massa.

Há a mentira institucional, quando a propaganda mal intencionada tenta convencer de que toda corrupção governamental será devidamente apurada e apenada. Bem ilustra isso, Hannah Arendt, lembrando que “As mentiras sempre foram consideradas instrumentos necessários e legítimos, não somente do ofício do político ou do demagogo, mas também do estadista” (in. Derrida, 1996).

Mas não é intenção deste trabalho discorrer sobre espécies de mentiras dissimuladas em regras de convivência e sucesso social, como por exemplo, garantir que se usando tal creme cosmético haverá pronto desaparecimento de rugas, ou que esse plano de saúde realmente é melhor que os outros... Não seria adequado, aqui, atribuir ao marketing o exercício da má fé.

Mentira como sintoma de Patologias

Síndrome de Münchhausen
O hábito arraigado de mentir fantasticamente pode refletir um Transtorno da Personalidade que alguns autores chamam de “pseudologia fantástica”, que seria caracterizado por uma compulsão a fantasiar uma vida fictícia para causar grande mobilização e perplexidade em outras pessoas (Catalán, 2006), outros autores denominam de Síndrome de Münchhausen.

Nesta síndrome a pessoa não suporta a idéia dela ser comum, normal, trivial... Não. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais, conseqüentemente reflete uma grande insatisfação com a real e medíocre condição existencial.

A Síndrome de Münchhausen é relativamente rara, de difícil diagnóstico, e caracterizada pela fabricação intencional ou simulação de sintomas e sinais físicos ou psicológicos sempre de natureza fantástica em um filho ou em si próprio, levando a procedimentos diagnósticos desnecessários e potencialmente danosos. Há sempre uma fraude intencional nessa síndrome.

Em 1951, Asher idealizou o termo Síndrome de Münchhausen para descrever os pacientes que produziam e apresentavam intencionalmente sintomas físicos para receber tratamento médico e hospitalar freqüente. Uma das características associadas mais freqüente era a mentira patológica, juntamente com uma vasta história de atendimentos médicos e internações hospitalares.

Depressão Grave
Alguns casos de depressão grave também podem ser acompanhados de mentiras patológicas. Nessa situação a pessoa se coloca em um verdadeiro emaranhado de estórias, desculpas e relatos que vão cada vez complicando mais a sustentação da mentira.

As mentiras iniciais na depressão têm, normalmente, o propósito de ocultar algum acontecimento que deixaria outra pessoa triste, aborrecida, decepcionada. Daí em diante, há contínua necessidade de novas mentiras para completar a primeira. Percebe-se que, consoante a preocupação do deprimido com o sentimento do outro, ele mente para poupar maiores sofrimentos desse outro, mas o resultado é sempre desastroso.

Na depressão as mentiras, ao contrário da sociopatia, são acompanhadas de importante sentimento de culpa e arrependimento.

Transtornos do Controle dos Impulsos (veja)
No Jogo Patológico, na Cleptomania, na Bulimia, na Dependência Química e outros Transtornos do Controle dos Impulsos existem muitas mentiras, cujo objetivo é ocultar um comportamento sabidamente reprovado socialmente.

Personalidade Anti-Social
O quadro mais grave onde a mentira aparece como sintoma importante é o Transtorno Anti-Social da Personalidade, ou Personalidade Psicopática. Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.

O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, muitas vezes mente sem nenhuma justificativa ou motivo.

Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc.

A personalidade do psicopata é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.


Retirado de:http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=395&sec=35

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Álcool é a droga mais perigosa?


Diversas notas sobre a pesquisa publicada na Revista Médica The Lancet, sobre a questão da periculosidade das drogas, correram pelo mundo em várias agências de notícias importantes.


Quais as drogas mais perigosas? Álcool, Heroína e Crack - nesta ordem.

TIME - Catherine Mayer


O álcool é mais prejudicial do que a heroína ou o crack, diz estudo.

New York Daily News

Se você acabou de ler as manchetes, você deve achar que o estudo mostra que a droga mais perigosa disponível hoje é o álcool, Mas isso é somente uma parte do estudo.

O álcool foi à droga, mas prejudicial para as relações dos indivíduos adictos com os outros, ou melhor, com a sociedade, devido sua ampla distribuição e popularidade. A heroína, cocaína e crack foram às drogas mais prejudiciais para o organismo dos indivíduos. No geral o álcool foi a droga mais nociva (pontuação de dano total igual a 72 pontos) seguido de heroína (55 pontos), cocaína/crack (54 pontos).

Sendo assim em termos de saúde pessoal o álcool fica muito atrás da heroína, cocaína e crack, drogas estas que causam o dobro de dano ao organismo do que o álcool, segundo os pesquisadores.

O estudo se baseia em pesquisa de opinião e alguns critérios estabelecidos por um grupo de pesquisadores. Exatamente 15 pesquisadores do Reino Unido, incluindo um jornalista e dois professores, entre outros membros. Os critérios de estudo não apreciaram um análise exaustiva sobre taxas reais de tratamento, taxas de criminalidade e outras possíveis formas mais concretas de pesquisa.

Além disso, a pesquisa é intitulada: "Os danos das drogas no Reino Unido. Embora as opiniões destes 15 especialistas possam ter alguma validade em outros países, também é bastante provável que o impacto cultural das drogas em diferentes países seja também diferente.

Fonte: Psych Central

terça-feira, 19 de outubro de 2010

19 de Outubro- Dia do Piauí


O Piauí é um céu, se há um céu sobre a terra. Da Costa e Silva


Hino do Piauí

(Letra: Antonio Francisco Da Costa e Silva/ Música: Firmina Sobreira Cardoso)




Salve! terra que aos céus arrebatas

Nossas almas nos dons que possuis:

A esperança nos verdes das matas,

A saudade nas serras azuis.



Piauí, terra querida,

Filha do sol do equador,

Pertencem-te a nossa vida,

Nosso sonho, nosso amor!

As águas do Parnaíba,

Rio abaixo, rio arriba,

Espalhem pelo sertão

E levem pelas quebradas,

Pelas várzeas e chapadas,

Teu canto de exaltação!



Desbravando-te os campos distantes

Na missão do trabalho e da paz,

A aventura de dois bandeirantes

A semente da Pátria nos traz.



Piauí, terra querida,

Filha do sol do equador,

Pertencem-te a nossa vida,

Nosso sonho, nosso amor!

As águas do Parnaíba,

Rio abaixo, rio arriba,

Espalhem pelo sertão

E levem pelas quebradas,

Pelas várzeas e chapadas,

Teu canto de exaltação

Sob o céu de imortal claridade,

Nosso sangue vertemos por ti,

Vendo a Pátria pedir liberdade,

O primeiro que luta é o Piauí.



Piauí, terra querida,

Filha do sol do equador,

Pertencem-te a nossa vida,

Nosso sonho, nosso amor!

As águas do Parnaíba,

Rio abaixo, rio arriba,

Espalhem pelo sertão

E levem pelas quebradas,

Pelas várzeas e chapadas,

Teu canto de exaltação



Possas tu, no trabalho fecundo

E com fé, fazer sempre melhor,

Para que, no concerto do mundo,

O Brasil seja ainda maior.



Piauí, terra querida,

Filha do sol do equador,

Pertencem-te a nossa vida,

Nosso sonho, nosso amor!

As águas do Parnaíba,

Rio abaixo, rio arriba,

Espalhem pelo sertão

E levem pelas quebradas,

Pelas várzeas e chapadas,

Teu canto de exaltação



Possas Tu, conservando a pureza

Do teu povo leal, progredir,

Envolvendo na mesma grandeza

O passado, o presente e o porvir.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ser Normal??


Fico pensando se, quando nascemos, Deus nos deu de presente a “anormalidade”...
Sim, porque quando nascemos e, damos a primeira respirada, começamos a interagir com o mundo à nossa volta e com as pessoas que fazem parte deste mundo. Mas, com o passar do tempo, já com certa idade, este mesmo mundo que nos recebeu passa a ditar normas tais como: não pode fazer isso, precisa respeitar os outros, não diga palavrão porque é feio, isso não é coisa de menino(a) brincar, trabalhe muito e sempre bem, seja estável, não grite e, por aí vai...
Estas normas passam a virar padrões, moldes e, infelizmente, muitas vezes, valores! E, começam a apertar... Porque, para caber em moldes, só apertando mesmo. E começa a faltar o ar... E, junto com o ar, começa a faltar a saúde, a criatividade, a mudança, a trans-formação natural de qualquer ser humano. E, esta trans-formação, começa lá na hora do nascimento. Por isso pergunto mais uma vez: será que Deus nos deu a anormalidade e nós esquecemos dela durante nosso crescimento?
Sim, porque enquanto crescidos, vamos ficando parecidos uns com os outros – ou pelo menos tentando, para sermos normais!
Eu já tentei ser normal grande parte da minha vida. Talvez a maior parte dela. Sabe o que eu ganhei com isso? Perdi tempo, saúde, amor próprio, e um tanto de coisas boas que só a anormalidade traz.
A meu ver, a normalidade é doida, as pessoas normais são malucas, medíocres, pobres de conhecimentos e experiências, e fúteis, porque ficam o tempo todo querendo se parecer ou ter alguma coisa que seja comum.
Mas, o SER HUMANO é único. Cada um é cada um.
E viva a anormalidade!!! Que a cada dia você seja cada vez mais feliz e cada vez você mesmo – totalmente ANORMAL!


Por Luciana Horta é Psicóloga, Especialista em Gestão de Pessoas (RH) e em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, Mestranda em Administração e Professora Universitária. E-mail: hortaluciana@yahoo.com.br

15 de Outubro- Dia dos Professores




Se enxerguei mais longe, foi por que me ergui em ombros de gigantes...
Parabéns a todos os profissionais que colabaram com a máxima dedicação para fazer melhor a nossa educação.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

12 de Outubro - DIA DAS CRIANÇAS


"Grande Homem é aquele que não perdeu o Coração de Criança."

Todo mundo carrega dentro de si uma criança.
E todo mundo aprende a reprimi-la para ser adulto.
Crescemos e "temos" que ser sérios.

Quantas vezes você já não ouviu alguém dizer: "deixe de criancice!"?
E desde quando precisamos deixar de ser crianças?

Ria de você mesmo, seja "ridículo",
brinque na chuva, de fazer castelos na areia, de fazer castelos no ar...
sonhe, faça bagunça no meio da rua, cante na hora que der vontade,
converse com você mesmo como se tivesse conversando com um amiguinho,
assista desenho animado e veja a sua vida
como se ela fosse um desenho animado,
brinque com uma criança... como uma criança...

fique feliz simplesmente por ficar,
sorria e ria sem motivo,
ria de você, dos seus dramas, do ridículo das situações...

E acredite na pureza do ser humano...
na pureza de criança que talvez esteja escondida,
mas que existe em cada um de nós.

Para alguns você vai parecer louco, bobo ou infantil...
mostre a língua para esses "alguns" e diga,
como uma criança: "sou bobo mas sou feliz!"

Esses "alguns" com certeza têm uma criança maluquinha,
doida pra fazer bagunça também.

A vida já é muito complicada para vivermos sérios e carrancudos.

E isso tudo não é deixar de viver com seriedade...
é viver com a leveza de uma criança
e obrigações de adulto.

Fica muito mais fácil viver assim.

Então, coloque uma panela na cabeça
e solte o menino(a) maluquinho(a) que existe dentro de você!
Só não vale subir no muro e achar que sabe voar, né?

Feliz Dia das Crianças!

Que Nossa Senhora da Aparecida e seu Anjo da Guarda,
estejam sempre presente,
protegendo de todos os males dessa vida.
Um beijo, um abraço e um aperto de mão...
com todo meu carinho....

Pedofilia



A pedofilia, atualmente, é definida simultaneamente como doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia) pela Organização Mundial de Saúde. Nos manuais de classificação dos transtornos mentais e de comportamento encontramos essa categoria diagnóstica.

Caracteriza-se pela atração sexual de adultos ou adolescentes por crianças. O simples desejo sexual, independente da realização do ato sexual , já caracteriza a pedofilia. Não é preciso, portanto que ocorram relações sexuais para haver pedofilia.O fato de ser considerada um transtorno, não reduz a necessidade de campanhas de esclarecimento visando a proteção de nossas crianças e adolescentes e nem tira a responsabilidade do pedófilo pela transgressão das barreiras geracionais.

Existe crime de pedofilia?
Não existe um crime intitulado “pedofilia” na legislação brasileira. As conseqüências do comportamento de um pedófilo é que podem ser consideradas crime.

Quais os crimes mais cometidos por pedófilos?

* Atentado violento ao pudor
Prática de atos libidinosos cometidos mediante violência ou grave ameaça. São considerados atos libidinosos aqueles que impliquem em contato da boca com o pênis, com a vagina, com os seios, com o ânus, ou a manipulação erótica destes órgãos com a mão ou dedo. Também atos que impliquem na introdução do pênis no ânus, no contato do pênis com o seio ou na masturbação mútua.

* Estupro
Constranger criança ou adolescente à conjunção carnal mediante violência ou grave ameaça.

* Pornografia Infantil
Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias, imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo crianças e pré-adolescentes.

Atenção: Só existe pedofilia quando esses crimes forem praticados contra menores de 14 anos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

As relações não duram por que a maioria não enxerga o outro como ele é.


O psicólogo Jorge Bucay esteve no Brasil para lançar livro escrito com a colega Silvia Salinas (Amar de Olhos Abertos, Editora Sextante) e deu uma entrevista para a Folha sobre o tema de seu livro, relacionamentos.



confira abaixo:
Folha - O que significa amar de olhos abertos?

Jorge Bucay - Gosto de uma definição que diz que o amor é a simples alegria pela existência do outro. Não é possessão, nem felicidade necessariamente. E por isso "com os olhos abertos". O amor cego não aceita o outro verdadeiramente como ele é.

Por que tanta gente prefere a intensidade da paixão, mesmo sabendo que é efêmera, a construir algo mais sólido?

É maravilhoso estar apaixonado e muitos preferem a intensidade superficial à profundidade eterna. Mas me pergunto como as pessoas pensam em ficar somente nisso. Qual o sentido de estar apaixonado perdidamente o tempo todo? Penso que é uma questão de maturidade.

Também tem a ver com a nossa sociedade, que adora emoções intensas. Procuramos correr mais rápido, chegar antes, desfrutar intensamente. A paixão é como uma droga: no seu momento fugaz faz pensar que você é feliz e não precisa de mais nada. Um olhar, uma palavra te levam aos melhores lugares.

Como construir uma relação mais profunda?


Seria bom estar preparado para saber que a paixão acaba. Amadurecer significa também desfrutar das coisas que o amor dá, como compartilhar o silêncio e não um beijo, saber que a pessoa está ali, ainda que não esteja ao meu lado. É preciso abrir os olhos, e isso é uma decisão. Ver o par na sua essência.

Mas primeiro é preciso estar bem consigo mesmo. Não se deve procurar o sentido da própria vida no companheiro ou nos filhos.

Você deve responder a três perguntas básicas nesta ordem: quem sou, aonde vou e com quem. É preciso que eu me conheça antes de te conhecer e que decida meu caminho antes de compartilhá-lo. Senão, é o outro quem vai dizer quem eu sou. E isso é uma carga muito grande.

O livro diz que as relações duram o que têm que durar, sejam semanas, seja uma vida.

Duram enquanto permitem que ambos cresçam. Significa conhecer-se, gostar de si mesmo, conhecer seus recursos e desenvolvê-los. Ao lado da pessoa amada, está a melhor oportunidade para isso. E essa é uma condição para construir um relacionamento. Um casal que não cresce, envelhece. E um casal que envelhece, morre.

O que leva ao fracasso?

Um dos grandes motivos de fracasso é não trocar intensidade por profundidade, viver querendo voltar aos tempos da paixão. Outro ponto de conflito é que as pessoas não conseguem deixar o papel que desempenhavam antes de casar, querem continuar sendo o "filhinho da mamãe", ou o "caçulinha da casa". Outro problema é a intolerância, a incapacidade de aceitar as diferenças, as pessoas discutem pelo dinheiro, pela criação dos filhos e, por fim, morrem sufocadas pela rotina.

E como enfrentar esses problemas ou desafios?

É preciso amor, atração e confiança. Comparo esses pilares a uma mesa de três pés. O tampo da mesa seria um projeto comum firme. Se faltar qualquer um desses elementos, a mesa cai. E sobre tudo isso deve-se montar outras coisas, como a capacidade de trabalhar juntos, de rir das mesmas coisas, de ser sexualmente compatíveis, sentir o outro como um apoio nos momentos difíceis. Às vezes a terapia ajuda, às vezes é um bom passaporte para a separação.

Como saber quando a relação chegou ao fim?


Se sinto que estou sempre no mesmo lugar, que me entedio, que não tenho vontade de estar com o outro, se sempre que saímos precisamos sair com outros casais pois não ficamos bem sozinhos, quando piadas como "o idiota do meu marido" ou a "bruxa da minha mulher" se tornam frequentes, algo não está funcionado.

Fonte: Folha

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

27 de Agosto - Dia Do Psicólogo


SER PSICÓLOGO


"Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar."
Walmir Monteiro

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Fobia Social

Fobia social é um transtorno que se caracteriza pelo medo excessivo de ser o centro da atenção de outras pessoas. O portador considera-se inadequado e daí o temor intenso de submeter-se a situações sociais e levar uma bronca em público, fazer algo ridículo ou passar por qualquer outra situação humilhante.

Com o que não deve ser confundida

Não devemos confundir fobia social com a timidez, medo e ansiedade normais, que qualquer um de nós pode sentir em situações novas ou inusitadas. A ansiedade presente nesses momentos é comum e até certo ponto esperada, embora possa variar em intensidade de indivíduo para indivíduo.

Algum grau de ansiedade e timidez são considerados normais desde que:

· Apesar da ansiedade o indivíduo consiga manter o controle das situações;

· Ansiedade e timidez não sejam tão intensos que levem a pessoa a evitar situações sociais, acarretando prejuízos significativos nos relacionamentos afetivos e/ou profissionais;

· O medo não seja grande o bastante para fazer com que o indivíduo abra mão de projetos de vida importantes, causando perdas nos âmbitos pessoais, profissionais e/ou acadêmicos;

· A ansiedade não esteja associada a doenças ou outros transtornos.

Fobia Social e Pânico são a mesma coisa?

Não. Embora ambos os transtornos causem prejuízos na vida social do paciente existem duas diferenças importantes:

o No transtorno do pânico os pacientes podem passar mal sem motivo, em qualquer lugar (ataque de pânico), enquanto que os pacientes com fobia social sentem-se mal só nas situações que já descrevemos anteriormente.

o Os pacientes com pânico geralmente tem medo de lugares onde a saída seja difícil onde acreditam não podem ser socorridos, lugares cheios de gente onde possam passar mal, etc. Isso não ocorre com pacientes que sofrem de fobia social, para os quais a maior preocupação é ser o foco da atenção das pessoas.

Sintomas

O medo exagerado faz com que o portador desse transtorno evite a maior parte das situações que exijam exposição social, ainda que tenha consciência que essa postura pode prejudicar sua vida em diversos aspectos. O fóbico social evita:



Conversar com pessoas estranhas ou autoridades;



Comer em restaurantes;



Usar banheiros públicos;



Freqüentar piscinas;



Assinar em público;



Usar banheiros públicos;



Ficar nu em público;



Conversar ao telefone;



Ser observado.

Quando não consegue evitar essas situações o portador de fobia social sofre desconforto intenso, sendo comuns sintomas como:



Tremores;



Sudorese;



Taquicardia;



Palpitações;



Empalidecimento;



Sensação de perda de consciência;



Náuseas;



Desconforto abdominal;



Formigamentos, etc.

Esses sintomas também podem ocorrer no período que antecede as situações de exposição social, caracterizando o que chamamos de ansiedade antecipatória ou mais coloquialmente medo do medo.

Citaremos abaixo alguns exemplos para ilustrar o prejuízo que esses sintomas podem causar ao indivíduo que sofre de fobia social:

Exemplos Ilustrativos

Exemplo 1: Jovem abandonou a faculdade por não ser capaz de apresentar seus trabalhos para os colegas de classe, nunca ter coragem de fazer perguntas na frente dos colegas e apresentar sintomas físicos de ansiedade se lhe faziam perguntas em público. Quando soube que teria que apresentar um trabalho para os colegas, passou a sentir-se ansioso diariamente e essa ansiedade foi aumentando progressivamente até o dia da apresentação, quando não conseguiu ir a aula por medo de tremer, passar mal, ter "um branco", gaguejar e até de se urinar na frente dos colegas. Desde criança sentia-se mal quando tinha que falar com estranhos.

Exemplo 2: Homem de 25 anos tornou-se alcoólatra porque desde os quinze anos só conseguia sair de casa após beber. Até começar a beber, sair de casa para desempenhar qualquer tarefa que não envolvesse contato humano era tranqüilo, porém sempre sentiu sintomas físicos de ansiedade quando tinha que falar com estranhos. Descobriu que esses sintomas quase desapareciam após algumas doses de bebida alcoólica. Nunca teve namoradas. Por vergonha dos professores e colegas abandonou a escola sem concluir o primeiro grau e não empregou-se adequadamente porque nunca conseguiu fazer entrevistas estando sóbrio.

Tratamento

O primeiro passo do tratamento é convencer o paciente de que a fobia social é uma doença e por isso pode e deve ser tratada, o que em geral, não é difícil, pois o sofrimento significativo torna esses pacientes receptivos a possibilidade de ajuda. O tratamento é longo e envolve o uso de medicação e psicoterapia. A medicação auxilia na diminuição da ansiedade e a terapia é fundamental para ajudar o paciente a se expor e treinar o paciente no enfrentamento das situações temidas.

Fonte: Site da Psicóloga Ana Lúcia Pereira - http://alppsicologa.hpg.ig.com.br

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Não ao trabalho infantil!



O dia 12 de junho é marcado como o Dia Internacional de Combate ao Trabalho Infantil, representando a luta e a mobilização mundial contra a exploração laboral infantojuvenil. Evidentemente, todos os dias devemos honrar o compromisso assumido internacionalmente para a erradicação desse grave problema social. Contudo, é especialmente nesta data que devemos refletir sobre a importância do tema, empreendendo esforços e estabelecendo metas no sentido de concretizar a sua erradicação. No Brasil, a proibição do trabalho infantil assumiu delicadeza ímpar a partir da Constituição de 1988, quando restou consagrado o princípio da prioridade absoluta às crianças e adolescentes, sendo estabelecida vedação de qualquer trabalho aos menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14.

Do mesmo modo, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em 1990, e a CLT, em 2000, estabeleceram a proibição do trabalho aos menores de 16 anos. Entretanto, somente em 2008, por meio do Decreto 6.481, foram previstas as piores formas de trabalho infantil, tais como contratação para trabalhos domésticos e manuseio de máquinas de padaria. A legislação é, pois, farta no que se refere ao combate do trabalho infantojuvenil, representando a concreção do princípio da dignidade das crianças e adolescentes. Registre-se, outrossim, estar comprovado que as condições de trabalho impostas ao público infantojuvenil, acarretam elevados índices de repetência e evasão escolar.

Infelizmente, a exploração laboral ainda faz parte do cenário de Santa Catarina, tornando-se imperiosa a conscientização e a colaboração de toda a sociedade catarinense, denunciando os casos ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério Público Estadual e ao Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil. Não podemos permitir que nossas crianças e adolescentes assumam responsabilidades para as quais não estão preparadas. Lugar de criança é na escola.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Crack, Nem pensar!


Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos cardíacos acelerados, seguido de depressão, delírio e "fissura" por novas doses. "Crack" refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.
Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência física, o corpo não sinaliza a carência da droga.
As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago, o "tuim", na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.
O pulmão se fragmenta. Problemas respiratórios como congestão nasal, tosse insistente e expectoração de mucos negros indicam os danos sofridos.
Dores de cabeça, tonturas e desmaios, tremores, magreza, transpiração, palidez e nervosismo atormentam o craqueiro. Outros sinais importantes são euforia, desinibição, agitação psicomotora, taquicardia, dilatação das pupilas, aumento de pressão arterial e transpiração intensa. São comuns queimaduras nos lábios, na língua e no rosto pela proximidade da chama do isqueiro no cachimbo, no qual a pedra é fumada.
O crack induz a abortos e nascimentos prematuros. Os bebês sobreviventes apresentam cérebro menor e choram de dor quando tocados ou expostos à luz. Demoram mais para falar, andar e ir ao banheiro sozinhos e têm imensa dificuldade de aprendizado.

O caminho da droga no organismo

Do cachimbo ao cérebro

1. O crack é queimado e sua fumaça aspirada passa pelos alvéolos pulmonares
2. Via alvéolos o crack cai na circulação e atinge o cérebro
3. No sistema nervoso central, a droga age diretamente sobre os neurônios. O crack bloqueia a recaptura do neurotransmissor dopamina, mantendo a substância química por mais tempo nos espaços sinápticos. Com isso as atividades motoras e sensoriais são superestimuladas. A droga aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Há risco de convulsão, infarto e derrame cerebral
4. O crack é distribuído pelo organismo por meio da circulação sanguínea
5. No fígado, ele é metabolizado
6. A droga é eliminada pela urina

Ação no sistema nervoso

Em uma pessoa normal, os impulsos nervosos são convertidos em neurotransmissores, como a dopamina (1), e liberados nos espaços sinápticos. Uma vez passada a informação, a substância é recapturada (2). Nos usuários de crack, esse mecanismo encontra-se alterado.
A droga (3) subverte o mecanismo natural de recaptação da substância nas fendas sinápticas. Bloqueado esse processo, ocorre uma concentração anormal de dopamina na fenda (4), superestimulando os receptores musculares - daí a sensação de euforia e poder provocada pela droga. A alegria, entretanto, dura pouco. Os receptores ajustam-se às necessidades do sistema nervoso. Ao perceber que existem demasiados receptores na sinapse, eles são reduzidos. Com isso as sinapses tornam-se lentas, comprometendo as atividades cerebrais e corporais

O crack nasceu nos guetos pobres das metrópoles, levando crianças de rua ao vício fácil e a morte rápida. Agora chega à classe média, aumentando seu rastro de destruição

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dependência do telefone celular pode causar distúrbio


Nova fobia que já atinge 20% da população é mais comum em jovens

Sensações de ansiedade, desamparo, angústia, impotência e até sintomas físicos de pânico, como taquicardia e sudorese. Essas manifestações tão típicas de uma síndrome deflagrada por um hábito extremamente recente: o uso do celular e outros equipamentos tecnológicos que permitem a comunicação. Os sintomas aparecem quando a pessoa não está com os aparelhos ou, por algum outro motivo, está impossibilitada de se comunicar por meio deles. O fenômeno tem sido denominado pelos especialistas de nomofobia, que significa no mobile – ou medo de estar sem “mobilidade”. “Muita gente não consegue se desprender da tecnologia deixa os aparelhos ligados 24 horas por dia, inclusive enquanto dorme”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde. Ele ressalta que a nomofobia diz respeito também a outros equipamentos tecnológicos que deixam as pessoas conectadas, como computadores e notebooks.

Só no Brasil existem hoje mais de 250 milhões de aparelhos de telefonia móvel vendidos. “Esse número é impressionante, principalmente porque é maior que a população. Isso mostra como as pessoas estão cada vez mais dependentes e passaram a usar mais de um telefone”, afirma o psicólogo acrescentando que antigamente as janelas das casas eram grandes, pois era uma forma de se comunicar com o mundo. “Hoje as janelas estão cada vez menores e as TVs maiores, é um novo jeito de se conectar com o mundo”. Obviamente o problema não está no celular (ou nas outras tecnologias), mas na relação de dependência que se estabelece com os objetos, em razão de questões internas não resolvidas.

Segundo Nabuco, os mais suscetíveis a essa manifestação são os jovens. Ele ressalta que existem hábitos que podem alertar para a propensão ao problema, em especial em relação ao telefone móvel, que é de uso mais comum: abandonar tudo o que faz para atender o chamado; nunca deixar o aparelho sem bateria; não carregar o celular na bolsa, bolso ou similares (prefere levá-lo na mão para que possa atender imediatamente); se esquecer o aparelho em casa voltar de onde está para pegá-lo; sentir-se angustiado quando acaba a bateria, quando perde o aparelho ou pensa que perdeu.

*retirado http://www.psicologado.com
Escrito por Revista Viver Mente e Cerebro

sábado, 22 de maio de 2010

Estresse


Quais são as causas mais comuns do estresse?

O estresse pode manifestar-se por uma variedade de razões, incluindo acidente traumático, morte ou situação de emergência. Estresse também pode ser efeito colateral de alguma doença grave.

Há também o estresse associado à vida cotidiana, ambiente de trabalho e responsabilidades familiares. É difícil dizer para ficar calmo e relaxado em nossas vidas agitadas. Porém, é importante encontrar formas de aliviar o estresse. Sua saúde depende disso.

Quais são alguns sinais iniciais do estresse?

Estresse pode tomar diferentes formas e contribuir para sintomas de doenças. Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, desordens do sono, dificuldade de concentração, temperamento explosivo, estômago perturbado, insatisfação no trabalho, moral baixo, depressão e ansiedade.

Como o estresse afeta a saúde?


Todas as pessoas têm estresse. Temos estresse de curto prazo, como quando perdemos o horário do ônibus. Até eventos normais do cotidiano podem ser estressantes.

Outras vezes encaramos estresse de longo prazo, como discriminação, doença incurável ou divórcio. Esses eventos estressantes também afetam nossa saúde em muitos níveis. O estresse de longo prazo pode elevar seu risco de alguns problemas de saúde, como depressão.

Tanto o estresse de curto quanto o de longo prazo podem ter efeitos sobre o seu corpo. Estresse dispara mudanças no organismo e aumenta a probabilidade de ficar doente. Ele também piora problemas de saúde já existentes.

Estresse pode ter influência nos seguintes problemas:



Dor de cabeça
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Dificuldade para dormir
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Constipação
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Diarréia
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Irritabilidade
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Falta de energia
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Falta de concentração
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Comer demais ou não comer
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Raiva
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Tristeza
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Maior risco de acessos de asma e artrite
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Tensão
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Cólica estomacal
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Inchaço do estômago
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Problemas de pele, como urticária
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Depressão
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Ansiedade
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Ganho ou perda de peso
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Problemas no coração
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Pressão alta
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Síndrome do intestino irritado
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Diabetes
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Dor nas costas e/ou pescoço
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Menor apetite sexual
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Dificuldade de engravidar

Estresse causa úlcera?

Os médicos costumavam achar que úlcera era causada pelo estresse e comidas apimentadas. Agora sabemos que estresse não causa úlcera -- apenas a irrita. Na verdade a úlcera é causada por uma bactéria chamada H. pylori. Ainda não sabe-se como as pessoas contraem essa bactéria, provavelmente deve ser pela comida ou água. Úlcera é tratada com uma combinação de antibióticos e outros remédios.

Quais são alguns dos eventos mais estressantes na vida?

Qualquer mudança em nossas vidas pode ser estressante -- até as mais felizes como ter um filho ou arrumar um novo emprego. Aqui estão alguns dos eventos mais estressantes na vida:

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Morte do cônjuge
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Divórcio
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Separação marital
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Passar um tempo na cadeia
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Morte de uma parente próximo
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Casamento
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Gravidez
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Aposentadoria

Como posso lidar com o estresse?

Não permita que o estresse o deixe doente. Escute o seu corpo, de modo que perceba quando o estresse estiver afetando sua saúde. Aqui estão algumas formas de ajudá-lo a lidar com o estresse:

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Relaxe. Cada pessoa tem a sua própria maneira de relaxar. Algumas incluem respiração profunda, yoga, meditação e terapia de massagem. Se você não conseguir fazer essas coisas, tire alguns minutos para sentar, escutar uma música calma ou ler um livro.
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Reserve tempo para si mesmo. É importante cuidar de si mesmo. Pense nisso como uma ordem médica, de modo que não se sentirá culpado! Não importa o quanto seja ocupado, você pode reservar pelo menos 15 minutos diários na sua agenda para fazer algo para si mesmo, como tomar um banho quente numa banheira de espuma, caminhar ou conversar com um amigo.
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Durma. Dormir é uma ótima forma de ajudar tanto o seu corpo quanto a sua mente. Além disso, você não pode combater doenças tão bem quando não dorme direito. Com sono suficiente você pode encarar melhor seus problemas e diminuir o risco de doenças. Tente dormir de 7 a 9 horas cada noite.
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Alimente-se corretamente. Tente abastecer-se com frutas, vegetais e proteínas. Boas fontes de proteína podem ser manteiga de amendoim, frango e salada de atum. Coma grãos integrais. Não seja iludido pelo ânimo que obtém da cafeína e do açúcar.
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Mova-se. Acredite ou não, praticar atividade física não somente contribui para relaxar a musculatura tensa, mas também ajuda o seu humor! Seu corpo fabrica certos elementos químicos, chamados endorfinas, antes e depois do exercício físico. Eles aliviam o estresse em melhoram o humor.
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Converse com os amigos. Amigos são bons ouvintes. Encontrar alguém que o deixará falar livremente sobre seus problemas e sentimentos faz muito bem. Isso também o ajuda a escutar outros pontos de vista. Amigos o lembrarão que não está sozinho.
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Tenha ajuda profissional se precisar. Converse com um terapeuta, que pode ajudá-lo a lidar com o estresse e encontrar melhores maneiras de encarar os problemas. A terapia pode ajudar em desordens mais sérias relacionadas ao estresse, como a desordem do estresse pós-traumático. Há também medicamentos que podem ajudar a dormir e aliviar os sintomas da depressão e ansiedade.
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Transija. Algumas vezes não vale a pena o estresse da discussão. Ceda de vez em quando.
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Escreva seus pensamentos. Você já escreveu um e-mail para um amigo sobre seu dia conturbado e sentiu-se melhor depois disso? Por que não pegar papel e caneta e escrever o que está passando em sua vida? Manter um diário pode ser uma ótima forma de tirar os problemas das suas costas e ajudar pensar em como resolver as coisas. Depois você pode ler anotações antigas e ver como progrediu!
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Ajude os outros. Ajudar alguém também pode ajudá-lo. Ajude seu vizinho ou seja voluntário em sua comunidade.
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Tem um hobby. Encontre algo que goste de fazer. Certifique-se de encontrar tempo para explorar seus interesses.
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Estabeleça limites. Quando tratar de coisas como trabalho ou família, descubra o que você pode realmente fazer. Há apenas 24 horas no dia. Estabeleça limites para si mesmo e para os outros. Não tenha medo de dizer NÃO para pedidos por seu tempo e energia.
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Planeje seu tempo. Pense antecipadamente como gastará seu tempo. Escreva uma lista de coisas a fazer. Descubra o que é mais importante para fazer.
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Não lide com o estresse de formas que prejudiquem sua saúde. Isso inclui beber muito álcool, usar drogas, fumar ou empanturrar-se de comida.

Ouvi falar que a respiração profunda poderia ajudar com meu estresse. Como faço isso?

Respiração profunda é uma boa forma de relaxar. Tente fazer isso umas duas vezes todos os dias. Aqui está como:

1. Deite-se ou sente em uma cadeira.
2. Relaxe suas mãos sobre sua barriga.
3. Conte lentamente até 4 e inale pelo nariz. Sinta a região da sua barriga inflar. Segure por um segundo.
4. Conte lentamente até 4 e exale pela boca. Para controlar a rapidez que exala, enrugue seus lábios como se fosse assobiar. Sua barriga irá desinflar lentamente.
5. Repita de 5 a 10 vezes.

terça-feira, 18 de maio de 2010

DENUNCIE

18 de Maio- Dia do combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes.


No ano passado foram denunciados 15.345 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Segundo dados do Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República, em 2009 houve 9.638 registros de abuso sexual, 5.415 de exploração sexual, 229 de pornografia e 63 de tráfico de crianças. E só nos quatro primeiros meses de 2010, já foram contabilizadas cerca de quatro mil ocorrências de violência sexual contra meninos e meninas. Para alertar sobre situação, o Brasil instituiu, desde 2000, pela Lei 9.970, a data 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Para Karina Figueiredo, secretária geral do Comitê Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o 18 de maio foi criado para ser um dia de mobilização em todo o País. “Não podemos ficar falando para nós mesmos. A problemática existe e devemos pensar coletivamente em estratégias de combate”, lembra. E são tanto as ações pontuais quanto as mais amplas que ajudam a identificar e combater o problema, que deve ser enfrentado tanto pelo poder público quanto pela sociedade, incluindo não só o terceiro setor, mas também a família e a escola. Com o lema “Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes”, o Comitê Nacional de Enfrentamento promove diversas atividades para o 18 de maio. Já em seu segundo ano, a campanha traz uma flor como emblema, símbolo da infância e da vulnerabilidade infanto-juvenil frente ao abuso e exploração sexual.

São duas as estratégias pensadas pela Comissão Intersetorial de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, grupo que une sociedade civil e governo na construção da agenda para o 18 de maio. Além da mobilização, que reúne representantes do sistema de garantia de direitos, autoridades do Poder Executivo e população em diversos eventos, também está sendo elaborada uma pauta política para que se leve para a agenda pública o combate à violência sexual na dimensão de proteção dos direitos humanos.

Para isso, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) está coordenando a revisão do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil. O grupo de trabalho empenhado nessa finalidade é composto pelo Comitê Nacional de Enfrentamento e Comissão Intersetorial de Enfrentamento. Estados e municípios também colaboram, levantando subsídios para as propostas. Em várias unidades federativas, inclusive, os comitês estaduais já se reúnem e promovem a troca de informações e avaliação sobre as atividades locais.

Solidariedade é tema do Dia Nacional de Luta Antimanicomial


Sensibilizar para a importância de uma sociedade livre de manicômios e sem preconceitos é o objetivo do Dia Nacional de Luta Antimanicomial, lembrado hoje (18). Este ano, o tema é "Solidariedade: Há em Ti, Há em Mim".

Para a secretária executiva da Rede Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), Nelma Mello, o Brasil teve muitos avanços na atenção à saúde mental, com a implantação de um novo modelo e a ampliação da participação de usuários e familiares na luta. A preocupação atual dos movimentos sociais é com a aceleração da reforma psiquiátrica no país e com o fechamento rápido dos manicômios.

“O grande desafio é conviver com dois modelos - o hospitalar e o que vem para substituir esse modelo. Hoje, temos ainda cerca de 35 mil pessoas internadas em hospitais psiquiátricos fechados. Não conheço ninguém que diga que determinado paciente foi curado no hospital ”, afirma.

A luta pelo fim dos manicômios no Brasil teve como embrião o Congresso Nacional de Trabalhadores em saúde Mental, realizado em 1987 em Bauru (SP). O encontro é considerado um marco. Nele foi realizada a primeira manifestação pública no país em defesa da extinção dos hospitais psiquiátricos.

Houve também a aprovação da Carta de Bauru, na qual foram estabelecidos os princípios da luta antimanicomial e a institucionalização do 18 de maio como o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

A Lei 10.216, que promoveu a reforma psiquiátrica, foi sancionada em 2001. Após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, o projeto de lei do deputado Paulo Delgado (PT-MG) foi aprovado. A lei dispõe, em seus artigos, sobre a regulamentação dos direitos do portador de transtornos mentais, vetando a sua internação em instituições psiquiátricas com característica de asilo.

Para Paulo Delgado, um grande motivo de comemoração é a maior aceitação social e a redução do preconceito. “Um dos principais avanços, desde que a lei foi sancionada, é a redução dos preconceitos contra as pessoas que têm transtornos mentais. Elas não precisam de internação. A sua doença não é contagiosas”, destaca.

Várias manifestações serão realizadas nesta terça em todo o País para lembrar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. No fim de junho, de 27 a 30, ocorre em Brasília a 4ª Conferência Nacional de Saúde Mental. A última ocorreu em 2001. A conferência deste ano terá como lema Saúde Mental – Direito e Compromisso de Todos: Consolidar Avanços e Enfrentar Desafios.

sábado, 15 de maio de 2010

Ser Psicólogo

Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.

Não apenas isso, é também uma notável dádiva.

Recebemos o dom de usar a palavra, o olhar,

As nossas expressões e até mesmo o silêncio.

O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos

para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.

Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.

Pois não há maior que o de tocar no que há de mais

precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,

seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação

de que temos instrumentos capazes de

favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.

Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção

que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas

para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,

ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.

Mesmo na contra-esperança, esperar.

E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,

do conselho, da minha sinalização.

Que as lágrimas que diante de mim rolarem,

pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,

sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de

ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.

O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que

não tinha com quem contar para dividir sua solidão,

sua angústia, seus desejos.

Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir

que isso só começa quando a gente consegue

realmente se conhecer e se aceitar.

Walmir Monteiro

domingo, 2 de maio de 2010

AUTISMO


O que é?

é uma alteração "cerebral" / "comportamental" que afecta a capacidade da pessoa comunicar, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente que a rodeia.

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, algumas apresentam também retardo mental, mutismo ou importantes atrasos no desenvolvimento da linguagem.

Alguns parecem fechados e distantes e outros parecem presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento.

O autismo é mais conhecido como um problema que se manifesta por um alheamento da criança ou adulto acerca do seu mundo exterior encontrando-se centrado em si mesmo ou seja existem perturbações das relações afectivas com o meio.

A maioria das crianças não fala e, quando falam, é comum a ecolalia (repetição de sons ou palavras), inversão pronominal etc..

O comportamento delas é constituido por actos repetitivos e estereotipados; não suportam mudanças de ambiente e preferem um contexto inanimado.

O termo autismo se refere ás características de isolamento e auto-concentração das crianças.

O autista possui uma incapacidade inata para estabelecer relações afectivas, bem como para responder aos estímulos do meio.

é universalmente reconhecida a grande dificuldade que os autistas têm em relação á expressão das emoções.

Características comuns do autista:

* Tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos,
* Parece surdo, apesar de não o ser,
* Pode começar a desenvolver a linguagem mas repentinamente ela é completamente interrompida.
* Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros,
* Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não existam motivos para isso,
* Costuma estar inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas,
* Não explora o ambiente e as novidades e costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas,
* Apresenta certos gestos repetitivos e imotivados como balançar as mãos ou balançar-se,
* Cheira, morde ou lambe os brinquedos e ou roupas,
* Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente
* Etc.

Causas:

A nível médico as causas são desconhecidas apesar das investigações e estudos feitos.

Tratamentos:

Poucos são os tratamentos actualmente existentes uma vez que os resultados são muito pequenos e morosos.

Os tratamentos passam por uma estimulação constante e por um apoio constante como forma de estimular e fazer com que a criança interaja com o ambiente, com as pessoas e com outras crianças.

Frequentemente usa-se a hipoterapia, a musicoterapia, a terapia da fala, a natação, o contacto com animais, o apoio em casa e com especialistas e muitas outras abordagens.

Infelizmente estas abordagens não resolvem as causas por detrás do autismo.

Há que resolver as causas por detrás do autismo e para isso há que compreender quais elas são.
Novas abordagens:

Causas:


A observação e trabalho com crianças autistas (bem como com crianças disléxicas, hiperactivas e outras) mostra que as crianças autistas têm uma compressão demasiado grande em termos de cabeça.

Isto pode equivaler a ter a cabeça colocada num torno.

O sofrimento que se consegue sentir na cabeça destas crianças costuma ser imenso.

E é muito desse sofrimento que provoca a compressão que se costuma sentir na sua cabeça.

A maneira como reagimos ás emoções é comprimindo o corpo. Veja como exemplo a raiva e o seu efeito no corpo.

Sabendo que a fáscia pode criar compressões de até 140 Kgs por centímetro quadrado, pode-se imaginar o que isso representa na cabeça da criança autista.

Com tamanha compressão é mais do que óbvio que a criança ou adulto não consegue interagir com o meio pois está demasiado absorvido com a sua dor e com o seu desconforto.

As raivas da criança e a sua incapacidade de actuação encontram aqui as explicações.

Ninguém consegue estar bem nem interagir com o meio se está demasiado desconfortável.

Mais; os trabalhos e investigação do Dr. Upledger (criador da CranioSacral Therapy) mostraram que as tensões e compressões a nível das meninges existem nas crianças autistas e que estas precisam de sessões semanais (1 a 3) durante todo o seu crescimento até cerca dos 18 anos por forma a que o sistema crânio sacral funcione nas melhores condições uma vez que é este sistema que é o responsável por todo o ambiente fisiológico no qual todo o sistema nervoso vive, funciona e se desenvolve.

As tensões ao nível das meninges afectam todo o funcionamento não só do sistema crânio sacral mas de todo o sistema nervoso central pelo que há que libertar as tensões existentes nas meninges por forma a que o sistema crânio sacral e o sistema nervoso possam funcionar o melhor possível.

Pela minha experiência com estas e outras situações o que posso dizer é que de facto a tensão a nível da cabeça e a nível das meninges é demasiado grande o que explica o desconforto, irritação, agressividade, depressão, problemas de aprendizagem, desordens de atenção, défice de atenção, dislexia, hiperactividade, autismo, etc. que as crianças apresentam.

Tratamentos:

A solução para estes problemas passa por terapias que corrijam estas tensões, alterações e disfunções existentes.

Para o efeito pode-se utilizar a Terapia Craneo Sacral ou a Libertação Miofascial.

Eu pessoalmente uso (usei) mais a Libertação Miofascial em virtude de ser mais rápida e eficaz e em virtude de trabalhar todo o corpo e de desmemorizar os tecidos.

Com a Libertação Miofascial consigo muito mais e muito mais rapidamente resultados nas diversas situações que me aparecem no meu dia a dia.

No entanto, eu estou a utilizar outras abordagens por forma a acelerar os resultados e por forma a trabalhar as causas que estão por detrás destes problemas.

Hoje sei que a Libertação Miofascial não me dá todas as respostas e hoje estou a usar outras abordagens muito mais rápidas e eficazes.

O que hoje aplico é algo muito mais rápido e eficaz do que a Libertação Miofascial.

é assim que eu estou em trabalho de investigação para ver outras causas e outras soluções para que de facto os resultados surjam o mais rápido possível e para que a criança não tenha de andar a fazer várias sessões semanais até aos 18 anos.

Até ter resultados concretos e fiáveis vou continuando a fazer o meu trabalho o melhor que sei e o melhor que posso.

De tudo isto, facilmente se compreende que o autismo é uma situação complicada e que não se resolve facilmente.

Os tratamentos acarretam uma despesa muito grande para os pais, sobrecarregando-os quando eles já estão demasiado sobrecarregados com o problema do filho.

Assim seria desejável que existissem apoios (financeiros, investigação, etc.) vindos de pessoas que o pudessem prestar por forma a se conseguir dar um pouco de mais qualidade de vida não só ás crianças como aos seus pais.

No caso do autismo, o tratamento deve sempre começar por os pais se submeterem a tratamento primeiro, para que fiquem mais relaxados e não transmitam o seu stress e tensões acumuladas ao longo dos anos aos seus filhos, impedindo-os dessa forma de fazerem os progressos que precisam.

No caso da Hiperactividade e mesmo da Dislexia ou de Problemas de Aprendizagem ou outros, quase sempre as crianças beneficiam imenso quando os seus pais recebem tratamento primeiro ou em simultâneo.

UM DEFEITO NA MULHER


Quando Deus fez a mulher já estava em seu sexto dia de trabalho fazendo horas extras.
Um anjo apareceu e Lhe disse: "Por que leva tanto tempo nisto?"
E o Senhor respondeu: "Já viu a minha ficha de especificações para ela?"
Deve ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, ter mais de 200 peças móveis e ser capaz de funcionar com uma dieta de qualquer coisa, até sobras, ter um colo que possa acomodar quatro crianças ao mesmo tempo, ter um beijo que possa curar desde um joelho arranhado até um coração partido e fará tudo isto somente com duas mãos."
O anjo se maravilhou com as especificações.
"somente duas mãos...Impossível!"
e este é somente o modelo básico?
É muito trabalho para um dia...Espere até amanhã para terminá-la."
Isso não, protestou o Senhor. Estou tão perto de terminar esta criação que é favorita de Meu próprio coração.
Ela se cura sozinha quando está doente e
pode trabalhar jornadas de 18 horas."
O anjo se aproximou mais e tocou a mulher."mas o Senhor a fez tão suave..."
"É suave", disse Deus, mas a fiz também forte. Você não tem idéia do que pode agüentar ou conseguir.
"Será capaz de pensar?" perguntou o anjo.
Deus respondeu:
"Não somente será capaz de pensar mas também que raciocinar e de negociar"
O anjo então notou algo e estendendo a mão tocou a bochecha da mulher....
"Senhor, parece que este modelo tem um vazamento...
Eu Lhe disse que estava colocando muita coisa nela..."
"Isso não é nenhum vazamento... é uma lágrima" corrigindo-o o Senhor.
"Para que serve a lágrima," perguntou o anjo.
e Deus disse:
"As lágrimas são sua maneira de
expressar seu destino, sua pena, seu desengano, seu
amor, sua solidão, seu sofrimento, e seu orgulho."
Isto impressionou muito ao anjo "O Senhor é um gênio, pensou em tudo. A mulher é
verdadeiramente maravilhosa"
Sim, é!
A mulher tem forças que maravilham aos homens.
Agüentam dificuldades, levam grandes cargas,
mas têm felicidade, amor e alegria.
Sorriem quando querem gritar.
Cantam quando querem chorar. choram quando
estão felizes e riem quando estão nervosas.
Lutam pelo que crêem.
Enfrentam à injustiça.
Não aceitam "não" como resposta quando
elas crêem que há uma solução melhor.
Privam-se para que a sua família possa ter.
Vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir.
Amam incondicionalmente.
Choram quando seus filhos triunfam e se alegram
quando seus amigos ganham prêmios.
Ficam felizes quando ouvem sobre um
nascimento ou um casamento.
Seu coração se parte quando morre uma amiga.
Sofrem com a perda de um ente querido, entretanto são fortes quando pensam que já não
há mais forças.
Sabem que um beijo e um abraço
podem ajudar a curar um coração partido.
Entretanto, há um defeito na mulher:

É que ela se esquece o quanto vale.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Diga não ao bullying


Quando abordamos o tema “violência nas escolas”, nos vêm em mente formas explícitas de violência: vandalismo, pixação, rixas e agressões contra professores. Porém esquecemos – ou desconhecemos – que a escola convive com uma violência ainda mais cruel, muitas vezes, ignorada ou não valorizada da devida forma por pais e professores.

Trata-se do “Fenômeno Bullying”, definição universal para o conjunto de atitudes agressivas, repetitivas e sem motivação aparente perpretadas por um aluno – ou grupo – contra outro, causando sofrimento e angústia.

Estamos falando do isolamento intencional, dos apelidos inconvenientes, da amplificação dos defeitos estéticos, do amedrontamento, das gozações que magoam e constrangem, chegando à extorsão de bens pessoais, imposição física para obter vantagens, passando pelo racismo e pela homofobia, sendo “culpa” dos alvos das agressões, geralmente, o simples fato de serem “diferentes”, fugirem dos padrões comuns à turma – o gordinho, o calado, o mais estudioso, o mais pobre.

As vítimas dessa violência silenciosa presente em todas as escolas, sem distinção de classe social ou região geográfica, sofrem caladas e de forma contínua, tornando sua vida escolar um martírio. Bullying está diretamente relacionado com a não-fixação do aluno na escola e com a dificuldade do aprendizado.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Por que Mudar?


Toda mudança é difícil e demanda muita energia destituída de comodismo. Mas, hoje já sabemos que tudo o que é estático torna-se obsoleto, cai em desuso, adormece.
Assim como existe a evolução material, tecnológica, cultural, intelectual e outras mais, também deve haver a evolução moral e espiritual do ser, que é o ponto principal de nossa estadia na terra. Quando aportarmos os murais do plano espiritual, após o nosso desenlace físico, a tristeza que nos acometerá, se não evoluirmos, será incomensurável.
Por quê?
Justamente por cairmos na realidade é que ficamos estagnados e não aproveitamos nada do esforço e oportunidade despendidos neste estágio, justamente por que viemos para galgar aprendizados práticos e proveitosos.
Deus é tão perfeito que nos dará outra chance, não haverá problema algum, seremos bem recebidos, mas, redirecionados para a fila novamente. Qual fila? Aquela que nos levará novamente a terra a fim de passarmos pelos mesmos problemas e dificuldades para que possamos, então, aproveitar outra chance para o novo estágio. E assim se dará por vidas e mais vida até que aprendamos o ensinamento requisitado pelo “eu espírito”.
Vocês devem estar se perguntando por que necessitamos mudar e ir para filas mais evoluídas e não as mesmas anteriores, mesmo que demande tanto esforço?
Quem gosta de repetir o ano na escola, na Faculdade ou perder tempo, dinheiro...? Acredito que em sã consciência, ninguém.
Assim será nosso sentimento por perder mais um ano na lição que mais precisávamos de nota, e assim iniciar mais um ano triste e infeliz. Imagine uma vida.
Não é mais novidade para ninguém a existência de um mundo paralelo ao nosso, donde provém grande parte das inspirações que nos chegam através de nossos mentores e protetores espirituais, que, infelizmente, na maioria das vezes, são desperdiçados por nós.
Por que temos ajuda destes mentores espirituais?
Justamente para não repetirmos o ano e conseguirmos aproveitar na íntegra o tempo que nos foi concedido, visto que a felicidade somente visita os seres que não se acomodaram e estão subindo os degraus da moralidade, da compaixão e da caridade. Precisamos também nos colocarmos no lugar do outro, perdoar ... e mais uma lista imensa de tantas outras virtudes que devemos, pelo menos, começar a seguir.
Nunca devemos nos descuidar da união com o plano espiritual,porque quanto mais nos afastamos de Deus, mais embrutecidos e sem propósitos ficamos, ou seja, quem se afasta da luz se aproxima das trevas. Para que isso não ocorra, basta olharmos nossa vida com entendimento espiritual e praticá-lo.
A necessidade da mudança é impar para vivermos melhor e felizes, realizados e de bem com a vida. Caso contrário, estejamos prontos para a depressão, para o inconformismo, a discórdia, a raiva, o stress, a dor e tudo o mais de ruim que pudermos visualizar.
O ser que se preocupa somente com o aspecto material da vida: casas, carros, bens, com a quantidade para obtê-los em curto espaço de tempo, esquece que sua vivência neste planeta é demasiadamente curta, em relação à vida eterna. Este ser vai arrepender-se amargamente por não ter dado o devido valor ao que mais importa.
É imprescindível termos a balança da vida equilibrada entre o ter e o ser. Eis o segredo para o sucesso com altíssimos lucros materiais e espirituais, não só para hoje, mas para amanhã e sempre.
Podemos perguntar então: vale a pena mudar?

Por Leontina Rita Acorinte Trentin. Professora, palestrante e autora de vários livros. Especialista em Inteligência e Liderança Espiritual.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A existência humana: Amor e Criatividade.


Como pensar o existir humano, com suas vicissitudes inquietantes, em seu atributo principal que se resume numa infinita diversidade? E como pensar o amor, esse misterioso e típico fenômeno humano, no interior da complexidade do viver?



Essa emoção enigmática e potente, que é o amor, desperta no homem um instantâneo fascínio, quase surreal. Um conceito (quase) mítico contado e cantado em imagens, versos e poemas. É sempre muito evocado, através dos séculos, nas mais criativas e diferentes formas. Registros singulares e marcas de encontros e separações o acompanham.

O amor permeia cada ato e cada pensamento do ser e de ser. Amar é ser, estar intimamente ligado ao outro, que em dados instantes, ambos embaraçam-se em sonhos, desejos, realidades e fantasias. A criação de um mundo paralelo é dada, e é aqui, neste momento, que o homem pode diferenciar-se dos demais animais, através da capacidade de amar e criar.

Uma das peças chave para a criação (criatividade) é o amor, que toma conta, que absorve, que contamina e faz com que sentimentos, desejos e inconstâncias pessoais possam aflorar, sem mesmo que a própria pessoa possa controlar ou impedir.

A arte seja ela visual ou literária, constitui num dos atos de poder de transformar uma realidade psíquica em narrativas capazes de explicitar a realidade externa e interna de uma pessoa, revelar aquele que está sob a máscara da adequação, numa dimensão com alcance universal. É a criação dando vazão aos verdadeiros sentimentos e até em alguns momentos, mostrando-os de forma reveladora!

Já a experiência com o amor, mediante o processo de crescimento, somente transforma a realidade psíquica com a aquisição de capacidades elaborativas. Aquele deve ser fazer parte dele, e o que fica explicito de emoções e sentimentos, só poderá ser vivido, compreendido e tocado pela própria pessoa. Também é a arte do belo no processo de viver o amor. Resulta num movimento que inscreve uma memória poderosa que volta sempre, como a exigir um tributo e homenagens, e quase sempre um estimulante convite a vive-lo.

O Amor tem uma relação íntima com a complexidade do existir humano. O enunciado de um discurso amoroso não corresponde nunca a uma linguagem direta e simples. A linguagem amorosa é um jogo de metáforas que resulta da intricada arte de viver. A aparência nunca responde pela essência de seu conteúdo subjetivo. O argumento de uma história, em seus ganhos e perdas, é um retrato interior que cria vida no destino particular que alcança a experiência amorosa. É singular e único como uma impressão digital.

A marca da singularidade de uma história Individual abre o espaço para versões surpreendentes, na luta para enfrentar as incertezas e os desamparos da tristeza, do luto nas perdas, da ameaça nas doenças e o medo da morte. O resultado é uma versão inédita, que implica na capacidade de viabilizar transformações e de desafiar alguns limites. Infinitas soluções elaboradas arduamente na direção de alcançar o prazer, a alegria e felicidade, sempre apoiadas nas possibilidades do amor. A criatividade de cada sujeito vai corresponder a um enfrentamento das tensões, conflitos e prazeres nas vicissitudes da experiência amorosa.

O viver humano esconde então a simplicidade da verdade numa múltipla diversidade. Esta nasce de uma raiz complexa: da força de um Inconsciente, que tem uma intima relação em seu berço de sexualidade com o amor, com o narcisismo e com um Édipo.

No mito de Eros e Psique, por exemplo, a angustiosa advertência, anuncia que o amor desaparece. A inquieta curiosidade moveu Psique para olhar seu rosto, quebrou assim a proibição que estabelecia como única condição não ser visto. O preço deste atrevimento é a separação, ou seja, pode-se perder de vista o amor .

Em Eros e Psique está anunciado o entusiasmo e a separação, e se expressa um movimento comum na condição de olhar para ver. Está presente neste mito uma interrogação sobre a imagem capaz de figurar o amor, e também está anunciada a idéia de que uma imagem do amor perturba a capacidade de amar.

“Qual será a cara do amor? E porque razão a condição é estar Oculto? Porque não ser visto, (mirado) olhado, admirado, pois se pode até ser amado? Será porque vive no inconsciente e nasceu na cegueira do narcisismo e da travessia um campo edípico?”

A capacidade de sentir amor, e de amar enfrenta uma encruzilhada existencial quando nasce de uma vivencia de completude que na verdade nunca é plena. Mas justamente desta incompletude vive o amor, o desejo, o prazer, e também o desprazer. A capacidade de amar é então um paradoxo Humano essencial já que se organiza com a origem do amor. A marca desta contradição de origem irradia-se na sexualidade, que é o campo do desejo, do prazer e do amor.

Quando o ser humano atua patologicamente, em geral vive cometendo os mesmos erros, adiando mudanças importantes. Quando se repete, iguala-se aos animais irracionais, como se não tivesse a visão do global. Quando adia, assemelha-se aos seres inanimados, como se não tivesse sequer força para agir. Quando cria, e ama, digamos que pode assemelhar-se a algum tipo de divindade ou deus. Realiza o ato transformador e põe em ação sua capacidade de realização pessoal.

Com criatividade, pode-se encontrar soluções para os problemas do amor. Usar a criatividade no amor é embelezar uma festa que já está linda, é transformar em fogueira cinzas quase apagadas.

Retirado de:

http://www.encontroacp.psc.br/existencia_humana.htm

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Saúde Mental por Rubem Alves


Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei. Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia. Eu me explico.

Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se. Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental?


Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, bastar fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.


Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham. Eram lúcidas demais para isso. Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata. Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental.


Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse estresse ou depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas. Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos.


Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente equipamento "duro", e a outra denomina-se software, " equipamento macio". O hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades " espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos discos.


Nós também temos um hardware e um software. O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.


Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software. Nós também. Quando o nosso hardware fica louco, há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou.


Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam. Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos, somente símbolos podem entrar dentro dele.


Assim, para se lidar com o software, há que se fazer uso dos símbolos. Por isso, quem trata das perturbações do software humano nunca se vale de recursos físicos para tal. Suas ferramentas são palavras, e eles podem ser
poetas, humoristas, palhaços, escritores, gurus, amigos e até mesmo psicólogos e psicanalistas.


Acontece, entretanto, que esse computador que é o corpo humano tem uma peculiaridade que o diferencia dos outros: o seu hardware, o corpo, é sensível às coisas que o seu software produz. Pois não é isso que acontece conosco?
Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado.


Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção! Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio: a música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou.


Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, saúde mental até o fim dos seus dias.


Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes. A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música. Brahms e Mahler são especialmente contra-indicados.


Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?


Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais.


E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.


Seguindo essa receita, você terá uma vida tranqüila, embora banal. Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram.